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Em busca de confrontar a mobilização de Bolsonaro (PL), evento na Bahia foi o principal palanque; o ex-presidente reuniu 336 vezes mais público em São Paulo
O ato “pró-democracia” convocado pelo PT e pelas esquerdas para este sábado (23.mar.2024) em Salvador (BA) teve um público de pouco mais de 1.000 pessoas. O Poder360 fez fotos de alta resolução, com drone, e contou um a um os presentes no horário de maior concentração (às 16h55) e chegou a um público de 1.042.
A mobilização foi realizada no largo do Pelourinho, no centro histórico da capital baiana. Estava presente a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). Apesar de ter confirmado presença, o governador da Bahia Jerônimo Rodrigues (PT) e o líder do Governo no Senado Jaques Wagner não foram ao ato.
Houve vários atos semelhantes em várias cidades pelo Brasil e no exterior, mas o de Salvador era para ser o que concentraria maior público. Só que a adesão dos militantes foi modesta –apesar de o PT governar a Bahia há 17 anos. No 2º turno das eleições de 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 70,73% dos votos válidos em Salvador.
As manifestações deste sábado começaram a ser planejadas dias depois do ato de 25 de fevereiro organizado por Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, em São Paulo. Foram divulgadas em massa nos canais de comunicação do PT, como o Telegram e o site oficial da sigla. Gleisi também fez convocações em suas redes sociais.
No ato do ex-presidente na Paulista, cerca de 300 mil a 350 mil pessoas estavam presentes, estimou o Poder360. Apesar do tom de resposta, o evento de Bolsonaro foi aproximadamente 336 vezes maior que o da esquerda em Salvador.
A iniciativa dos partidos e de organizações de esquerda foi uma tentativa de reagir mostrando que conseguem reunir grande número de pessoas nas ruas e, assim, responder aos atos de Bolsonaro e seus aliados.
Procurada pelo jornal digital antes da realização dos atos, a organização dos protestos de esquerda não deu nenhuma estimativa de público.
A área do largo do Pelourinho ocupada pelos manifestantes é de aproximadamente 1.400 m², de acordo com as medidas do Google Earth. Considera-se que até 6 pessoas caibam em 1 m². Dessa forma, até 8.400 poderiam estar lá em caso de lotação.
Para fazer a estimativa de 818 a 1.042 presentes, o Poder360 fez várias fotos aéreas com drone de 16h13 às 16h55. Como eram poucas pessoas, foi possível contar uma a uma, pois as imagens foram registradas com alta resolução e analisadas numa tela de 27 polegadas de um computador iMac na Redação do Poder360.
O número contabilizado foi de 818 pessoas às 16h13 e subiu para 1.042 às 16h55. Pode haver alguma variação porque é sempre possível alguém ficar embaixo de marquises de uma das edificações locais ou sob guarda-sóis.
Veja fotos do evento de Salvador tiradas pelo Poder360:
De acordo com uma contagem da USP (Universidade de São Paulo), o evento reuniu 1.700 pessoas por volta de 16h30, conforme publicou o jornal O Globo. A USP faz fotos com drone e usa um software para contar as cabeças das pessoas nas imagens. Ocorre que o Poder360 fez fotos de alta resolução no mesmo horário e no mesmo local e contou manualmente os presentes de maneira meticulosa, um a um, e chegou a outro número (pouco mais de 1.000 pessoas).
O Poder360 sempre que possível faz cálculos independentes sobre estimativa de público em eventos políticos de rua –usando fotos de alta resolução. Parte da mídia tem o costume de perguntar à Polícia Militar quantas pessoas estão presentes, mas as forças de segurança quase sempre fornecem um número impressionista e desprovido de métrica objetiva. No caso do ato deste sábado em Salvador, a PM local (comandada pelo governo estadual do PT), disse que havia 4.000 pessoas no local.
ENTENDA OS ATOS DA ESQUERDA
As manifestações da esquerda têm pautas difusas. Relembram o golpe militar de Estado de 1964, pedem que não haja anistia para os envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro e cobram o fim do “genocídio na Palestina”.
Os atos são organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com o apoio de entidades como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), e de partidos como PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PC do B e Psol.
Os atos da esquerda foram anunciados (leia no quadro abaixo onde serão realizados e os horários estipulados) em 15 Estados, em Brasília e em 2 países (Espanha e Portugal). A manifestação em Salvador (BA) é considerada pelos organizadores como a principal.
Em São Paulo, o ato foi no largo de São Francisco, na região central da capital paulista.
O ato no Rio de Janeiro foi cancelado por causa das chuvas.
QUEM APOIOU OS ATOS DESTE SÁBADO
- PT;
- PC do B;
- Psol;
- ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia);
- ADJC (Associação dos Advogado e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania);
- Afronte (Juventude do Psol);
- Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil);
- CMP (Central de Movimentos Populares);
- Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz);
- Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores);
- Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos);
- CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação);
- CPP (Conselho Pastoral dos Pescadores);
- Conen (Coordenação Nacional de Entidades Negras);
- Contraf Brasil (Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil);
- CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil);
- CUT;
- FUP (Federação Única dos Petroleiros);
- Feed (Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito);
- Inesc (Instituto de estudos socioeconômicos);
- Levante popular da Juventude;
- MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens);
- MAM (Movimento pela Soberania Popular na Mineração);
- MCP (Movimento Camponês Popular);
- MMC (Movimento de Mulheres Camponesas);
- MTD (Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos);
- MBP (Movimento Brasil Popular);
- MMM (Marcha Mundial das Mulheres);
- MTST (Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto);
- MTC (Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo);
- MST;
- MNU (Movimento Negro Unificado);
- MNLM (Movimento Nacional de Luta por Moradia);
- MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores);
- Mídia Ninja;
- PBP (Projeto Brasil Popular);
- RNMP (Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares);
- Rua – Juventude anticapitalista;
- UBM (União Brasileira de Mulheres);
- Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas);
- UJS (União da Juventude Socialista);
- Unegro (União de Negros pela Igualdade);
- UNE (União Nacional dos Estudantes);
- Vida e Justiça (Associação Nacional em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid-19).
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