“Se você se deparar com uma beleza diferente e sentir qualquer tipo de julgamento ou repulsa, está na hora de refletir sobre suas crenças. A sociedade ainda cultiva padrões de beleza estreitos e excludentes, e muitas de nós, que vivemos fora desses padrões, enfrentamos preconceito e desvalorização. E, apesar dos avanços que vivemos nos últimos anos, ainda existem sérias barreiras a serem quebradas quando se trata de aceitar a diversidade em todas as suas formas.”
O que é a beleza “diferente”, explique como, muitas vezes, as pessoas são categorizadas e julgadas pela aparência, e o que isso significou para você
A “beleza padrão” é muito restrita, está associada a características físicas específicas (loira, de olhos claros, alta, etc). Porém, essa noção não exclui a realidade de todas as mulheres e homens. Ao longo da minha experiência como modelo, miss, publicitária e pessoa pública, eu vi de perto como o preconceito pode surgir até mesmo em ambientes onde se espera que a diversidade seja celebrada, como por exemplo (restaurantes, shoppings, fila do supermercado). Teve momentos em que pensei, será que devo me cuidar menos para ver se as pessoas me tratam igual? Será que eu devo pintar o meu cabelo de preto para não ser categorizada como “burra” ou “impotente”?

A experiência do bullying afeta a sua vida? Compartilhe suas vivências pessoais com o bullying, a dificuldade em estabelecer amizades verdadeiras e a pressão constante. Ser vista como concorrente pelas outras mulheres, como você se sente?
Os julgamentos são mais cruéis quando as pessoas se sentem ameaçadas pela presença de uma “beleza diferente” ou “esteriótipos diferentes” mas que, ao mesmo tempo, são formas de preconceito que minam a construção de uma rede de apoio genuína. As mulheres deveriam se apoiar uma a outra, e não enxergar como “ameaça”. Os homens devem enxergar as diversidades de belezas sem julgar ou diminuir o potencial. A loira, ruiva, morena, preta, qualquer diversidade, tem que ser enxergada de forma igual, o respeito é mútuo.

Explore como a sociedade muitas vezes não valoriza as belezas que não se encaixam no ideal eurocêntrico e como isso afeta quem é de pele negra, indígena ou tem traços faciais considerados “não padrão”. Faça um paralelo entre a sua própria experiência, sendo loira e de olhos claros, e como a exclusão também acontece com outras pessoas, não apenas com quem tem uma aparência “oposta” à sua.
Tentei diversas vezes entrar no Big Brother Brasil, e descobri que estavam me passando para trás. Me ligavam, e bem na hora que atendia a ligação eles, desligavam “de propósito”. Então existe sim, pessoas que tentaram e tentam me passar para trás não só nessa, como em diversas outras situações. Quando alguém vira para mim e fala, que terá um teste para tal marca, eu já nem vou mais, por que SEMPRE me passam para trás simplesmente por que nasci muitos dons. “Me comunico bem, tenho ideias, sou esforçada, não puxo o tapete de ninguém” só que por “chamar muito a atenção” infelizmente pago um preço alto e absolutamente “NINGUÉM” comenta sobre este assunto na internet. Hoje, aprendi a olhar o mercado de uma forma diferente, quando alguém quer trabalhar comigo, vamos lá e fechamos contrato em uma reunião.

“Somos seres humanos e, como tal, devemos nos educar para ver o outro com empatia, ao invés de julgá-lo pela aparência. Ao nos depararmos com o novo, com o diferente, devemos celebrar e não rejeitar. Quando você sente a necessidade de fazer um julgamento, lembre-se: esse impulso diz mais sobre você do que sobre a pessoa à sua frente. A verdadeira beleza não se encontra em um padrão fixo, mas na pluralidade, na aceitação e na capacidade de amar as diferenças.”