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O ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, relatou à Polícia Federal que teve três encontros com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes do crime, entre 2017 e 2018.
O intermediário dos encontros era o ex-policial militar Edmilson de Oliveira, conhecido como Macalé, que foi morto em 2021 em um caso investigado como “queima de arquivo”.
A proposta
O primeiro encontro entre Ronnie Lessa, Macalé e os irmãos Brazão ocorreu nas proximidades do hotel Transamérica, na Barra da Tijuca, próximo à residência dos políticos. Segundo a PF, nesse local os Brazão discutiram detalhes do crime. Eles afirmaram ter um informante infiltrado no PSOL que relatava que a vereadora Marielle Franco estava desencorajando a população a aderir a novos loteamentos controlados por milícias.
Lessa teria aceitado a proposta de assassinar Marielle porque viu nisso uma oportunidade de ascender no mundo do crime organizado e não ser apenas um “mero sicário”. Como recompensa, ele receberia lotes em um empreendimento imobiliário na Zona Oeste do Rio.
À PF, Lessa afirmou que Domingos era o mais falante durante a conversa e exigiu que o assassino não monitorasse Marielle Franco a partir da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Na época, Marielle e Chiquinho Brazão eram colegas na Casa Legislativa.
“Conforme narrado por Lessa […], Domingos ressaltou que tal exigência partiu do então Diretor da Divisão de Homicídios da PCERJ, o Delegado Rivaldo Barbosa, fato que, inicialmente, o tranquilizou ante a notória pactuação da garantia de impunidade da ação que lhe foi encomendada”, diz o relatório da PF.
Lessa contesta as instruções do crime
Um segundo encontro entre os envolvidos no homicídio ocorreu no mesmo local, próximo ao Hotel Transamérica. Nessa ocasião, Lessa expressou sua insatisfação com a orientação de que ele não poderia vigiar os passos de Marielle a partir da Câmara. Na opinião dele, isso atrapalhava a execução do crime.
No entanto, Lessa foi avisado de que não poderia desobedecer às ordens do delegado Barbosa.
A devolução da arma
O terceiro encontro aconteceu em abril de 2018, um mês após o crime. A reunião foi convocada pelos Brazão com o objetivo de tranquilizar os criminosos, uma vez que Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, “estava atuando para defletir a investigação do crime”.
Durante o encontro, os irmãos Brazão disseram a Lessa que ele deveria devolver a arma utilizada na execução de Marielle Franco, uma submetralhadora HK MP5
“Domingos ressaltou que a arma deveria ser recolocada no lugar, sem especificar qual”, diz o relatório da PF.
Três dias depois da reunião, Lessa e Macalé entregaram a arma a dois milicianos de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, que jogaram as munições em um córrego próximo.
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