O Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós-PhD em Neurociências, especialista em inteligência, comportamento humano e genômica, não apenas estuda, mas personifica as características de indivíduos com alto QI. Sendo ele próprio um dos casos mais documentados de inteligência elevada, suas pesquisas demonstram que pessoas com QI acima de 146 pontos, ou seja, no percentil 99.9, apresentam uma capacidade ampliada de adaptação ao ambiente, maior facilidade de comunicação e uma criatividade subjetiva superior, permitindo-lhes conceber ideias e soluções sem necessidade de estudo prévio ou exemplos anteriores. Essas habilidades emergem de um funcionamento cerebral altamente eficiente, particularmente na interação do córtex pré-frontal com outras áreas cognitivas essenciais.
“O córtex pré-frontal, responsável por funções executivas como tomada de decisão, planejamento e controle inibitório, apresenta um desenvolvimento ampliado em indivíduos de alto QI. Essa região não apenas facilita o raciocínio lógico e a resolução de problemas complexos, mas também permite uma adaptação mais rápida a diferentes contextos sociais e intelectuais”, explica o Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
Essa estrutura cerebral é essencial para a capacidade de adaptação. Estudos de neuroimagem revelam que indivíduos altamente inteligentes apresentam uma maior conectividade funcional entre o córtex pré-frontal e outras regiões do cérebro, como o córtex parietal e o hipocampo. Isso se traduz em uma habilidade mais eficiente de integrar informações, levando a um pensamento inovador e à facilidade em conectar ideias aparentemente desconexas.
A velocidade de processamento e a rapidez na tomada de decisões também são características determinantes, tornando essas pessoas inquietas e impulsionadas por desafios constantes. Estudos como o publicado na Nature Neuroscience demonstram que cérebros altamente inteligentes utilizam vias neurais mais eficientes, exigindo menos esforço cognitivo para realizar tarefas complexas. “Essa eficiência reduz o consumo energético do cérebro e otimiza a filtragem de estímulos, facilitando decisões rápidas e aumentando a necessidade por novas conquistas”, destaca o Dr. Fabiano.
O máximo da pontuação no desvio padrão 15, aceito no Brasil, são 160 pontos; no desvio padrão 24, mais comum na Europa, 196 pontos. Acima disso, os números não são aceitos cientificamente, logo, não são fidedignos.
Camuflagem cognitiva e a dupla excepcionalidade
Para indivíduos com QI acima de 146 pontos que apresentam dupla excepcionalidade, como os Aspergers, o desenvolvimento do córtex pré-frontal desempenha um papel ainda mais crucial. Esses indivíduos, apesar de apresentarem desafios inerentes ao TEA (Transtorno do Espectro Autista), tendem a desenvolver mecanismos compensatórios que atenuam as dificuldades sociais e cognitivas típicas da condição.
“A plasticidade neuronal nesses casos leva ao fortalecimento das conexões no córtex pré-frontal, permitindo uma melhor regulação emocional, autocontrole e um refinamento na habilidade de interação social. Isso possibilita que esses indivíduos camuflem melhor seus traços autistas, adaptando-se mais facilmente a ambientes que exigem habilidades interpessoais”, aponta o Dr. Fabiano.
Pesquisas de neurociência indicam que essa compensação ocorre devido à maior ativação do córtex dorsolateral pré-frontal e do giro cingulado anterior, áreas responsáveis pela regulação da atenção e pelo controle das respostas emocionais. Dessa forma, indivíduos com Asperger, geralmente com muito alto QI podem apresentar uma interação social mais fluida e sofisticada, desafiando os estereótipos sobre suas dificuldades de comunicação.
O crescimento e a maturação do córtex pré-frontal nesses indivíduos seguem um padrão atípico em comparação aos neurotípicos. Enquanto em crianças neurotípicas o desenvolvimento dessa região segue um padrão progressivo e linear, nos indivíduos de alto QI com dupla excepcionalidade há uma aceleração no fortalecimento das redes neurais dessa área. Isso resulta em uma autorregulação, em compensação maior lógica e literalidade, e maior capacidade de adaptação a diferentes contextos sociais e intelectuais.
O Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós-PhD em Neurociências, atua nas áreas de inteligência, comportamento humano e genômica. Com mais de 100 estudos publicados sobre alto QI, é o criador do Projeto GIP – Genetic Intelligence Project, um relatório que busca estimar o quociente de inteligência a partir da genética. Ele também é presidente das sociedades de alto QI ISI Society e ePiq Society, diretor internacional da IIS Society e coordenador da Intertel Brasil. Também é reconhecido pelo RankBrasil como o brasileiro com o maior quociente de inteligência oficialmente registrado no país.