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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, leu um trecho do relatório da investigação da Polícia Federal sobre as motivações do assassinato de Marielle Franco.
Segundo as investigações, o ex-policial reformado Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que mataram a vereadora, apontou que a origem do planejamento da execução ocorreu no segundo trimestre de 2017.
Lessa afirmou que nessa época Chiquinho Brazão demonstrava “descontrolada reação à atuação de Marielle” para a votação do projeto de Lei à Câmara número 174/2016. O projeto trata da regularização de um condomínio em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. De acordo com a PF, esse foi um dos principais motivadores para o assassinato.
“No mesmo sentido, apontam diversos índicos do envolvimento dos Brazão, em especial do Domingos, em atividades criminosas, incluindo as relacionadas com milícias e grilagem de terras. Por fim, ficou designada a divergência no campo político sobre questões de regularização fundiária e defesa do direito de moradia.”
O relatório aponta que Marielle queria a regularização dos terrenos para fins sociais e defendia que o processo fosse acompanhado por órgãos como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio (Iterj) e o Núcleo de Terra e Habitação, da Defensoria Pública do Rio.
Os mandantes do crime buscariam a regularização sem respeitar o critério de área de interesse social.
Na manhã deste domingo, a Polícia Federal prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), Domingos Brazão, irmão do parlamentar e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Os dois são suspeitos de terem ordenado a morte de Marielle Franco.
O delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil do Rio e teria atuado para protegê-los, também foi detido. Os três negam a acusação.
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