Uma fraude bilionária contra aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se tornou um dos maiores escândalos da história recente da Previdência brasileira. Investigações revelaram que milhões de beneficiários foram vítimas de descontos indevidos em seus pagamentos mensais, causados por filiações forjadas a associações e entidades de fachada, muitas vezes sem qualquer autorização por parte dos aposentados. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 6,3 bilhões.
Segundo informações obtidas pela Polícia Federal e divulgadas em reportagem do Jornal Nacional no dia 15 de maio de 2025, o esquema fraudulento vinha sendo operado desde 2016, com a participação de diversas entidades que firmaram acordos técnicos com o INSS para aplicar descontos em nome de “clubes de serviços” e “sindicatos” sem o conhecimento dos segurados. Um relatório da Controladoria-Geral da União apontou que uma dessas associações chegou a cadastrar mais de 1.500 aposentados por hora — um número considerado humanamente impossível sem a prática de fraude.
O advogado Gilberto Aquino, que atua há mais de 40 anos em causas coletivas e direito previdenciário, está à frente da articulação jurídica para a defesa dos lesados. Atuando de forma gratuita (pro bono), ele afirma que o golpe representa não apenas um crime financeiro, mas uma violação da dignidade dos trabalhadores brasileiros. “Não estamos falando apenas de dinheiro. Estamos falando de dignidade. Aposentados que contribuíram por décadas estão sendo saqueados por organizações fantasmas, com respaldo de estruturas públicas fragilizadas. É inaceitável”, afirmou.
De acordo com dados da CGU e do Ministério da Previdência, mais de nove milhões de beneficiários podem ter sido impactados. Os valores descontados variavam entre R$ 15 e R$ 90 por mês, mas em muitos casos os aposentados só perceberam o golpe após perderem mais de R$ 3 mil ao longo dos anos. A maior parte das vítimas tem mais de 65 anos e depende exclusivamente do benefício para viver.
Para Gilberto Aquino, a resposta precisa vir por meio da organização coletiva. Ele tem orientado aposentados e pensionistas a se associarem a entidades de defesa sérias, com estrutura jurídica para mover ações coletivas em larga escala. “Quando os aposentados se unem, têm mais força jurídica, mais voz política e mais eficiência na tramitação das ações. Já estamos atuando em diversos estados e, em muitos casos, conseguimos liminares para suspensão imediata dos descontos”, explicou.
O governo, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), já solicitou o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens das associações envolvidas. O INSS, por sua vez, iniciou uma força-tarefa para enviar notificações aos beneficiários com descontos suspeitos, solicitando confirmação de autorização. Em paralelo, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que endurece os critérios para firmar parcerias e convênios com o instituto.
Apesar das medidas recentes, o Dr. Gilberto Aquino considera que ainda há um longo caminho para a reparação integral das vítimas. “A justiça precisa ser feita. Precisamos de responsabilização criminal, ressarcimento integral e de um sistema previdenciário que respeite quem sustentou esse país com trabalho honesto. A união dos aposentados é fundamental para garantir que seus direitos não continuem sendo violados”, declarou.
A orientação de Aquino é clara: quem suspeita ter sido vítima deve acessar o portal Meu INSS, verificar os extratos mensais, identificar descontos não reconhecidos e procurar imediatamente uma associação de defesa. Ele também alerta para o risco de oportunistas: “É essencial buscar apoio jurídico com entidades idôneas, pois infelizmente há quem se aproveite da fragilidade das vítimas até mesmo nesses momentos.”
O caso segue sob investigação, e novas denúncias continuam a surgir. Para o Dr. Gilberto Aquino, no entanto, a resposta mais eficaz está na mobilização: “Estamos ao lado de cada trabalhador lesado. Não vamos parar até que o último centavo seja devolvido e os culpados respondam por esse crime social.”
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